6.11.08

As coisas que só acontecem comigo: sejamos honestos, sou uma imbecil


Digo que não acredito em deus e bla bla bla, mas é tudo mentira. Todo santo (anh, anh, pescou?) dia tenho um ritual que se baseia em: conferir meu trânsito astrológico do meu signo solar e do meu ascendente, horóscopo de mais uns três ou quatro que podem interferir no meu, entoar meus mantras, meditar com nag champa jogo tarô on-line, acender uma vela pro meu anjo da guarda e, por fim, abrir o best seller “Minutos de Sabedoria” (o qual tem até uma versão online!).

Aquela maratona Maktub.

Enfim, perco algumas horas da minha manhã percorrendo toda sorte de mandinga a fim de garantir que o efeito-Plutão seja neutralizado*. E, claro, não é. Vocês não acreditam em mim, né? Olhem só a belezura do horóscopo de hoje no Terra:



sacaram que há toda sorte de eufemismos para “a-rrá, urrú, ô sagitariano tá tomando no...”


Além disso, venho me revelando devota fervorosa de São Pedro. Melhor: acho que tenho uma conexão direta com ele e que ele nutre um certo carinho por esta ovelha desgarrada que vos escreve.

Geralmente funciona assim: olho pro céu, vejo nuvens carregadas e oro:

Querido São Pedro das Causas Climáticas e Capilares, fazei com que não chova, uma vez que chovendo, para ser confundida com um poodle faltará apenas o latido. O senhor sabe: o cabelo fofo bomba. E eu não tô podendo. Conto com a sua compreensão. Grata. Amém.


No céu, trombetas do Apocalipse anunciam o fim dos tempos, paira uma leve brisa de 100 km/h. Mas nada disso é importante. O que se deve considerar mesmo é o meu delírio de achar que tenho um Nextel estelar: eu mando um alerta daqui e ele recebe -instantaneamente - de lá. Pri-pri.

Desta forma, num ato supremo de fé e total entrega espiritual, escolho a dedo as roupas que jamais devem ser usadas em dias de chuva: brancas, permeáveis, brancas e permeáveis.

Andar com fé eu vou que a fé não costuma faiá é a vibe.

Certa feita, saí de casa sob tais condições climáticas batendo no peito em Seu Santo Nome: “tô contigo e não abro, São Pedro. Uhuuuuuul”. Peguei o trem e, no meio do caminho, constatei que São Pedro não teve a menor piedade para com sua devota mais fiel.

(pequena pausa: entre os Dez mandamentos, não tem aquele “Não invocar Seu Santo Nome em vão” ? Hummmm)


Pela quantidade de palavrões dirigidos aos seres celestiais, já estava com minha vaga garantida para, futuramente (aaaah, espero, espero muito que seja num futuro beeeeem distante), arder no inferno. Seja cética, recobre seu pragmatismo, moça, afinal há um compromisso te aguardando, ouvi uma voz interna em meio aos palavrões dirigidos internamente à galera-do-espaço-etéreo.

Bom, e agora, o que eu faço? Chegando à Central, encarei o aguaceiro destemida, pois eu sabia que em razão de segundos seria uma espécie de candidata a Garota Camisa Molhada da Gare 2008. Além de toda a baixaria dos pés encharcados e... E o cabelo que se dane a esta altura do campeonato. Ué, gente! Minhas partes pudendas estariam desnudas em questão de segundos...O que mais eu poderia fazer? Tinha que ter cuidado só pra não latir.

Vocês que são íntimos de Deus sabem: ele fecha uma porta e logo abre uma janela. Dou dez passos fora da Central e me deparo com uns trinta e sete vendedores de guarda-chuva. Êêêê!

(segunda pequena pausa. Agora, cá entre nós: gente, eles brotam do chão quando chove? Como na abertura antiga do Fantástico, lembram? Eu fico abismada: é só chover que eles surgem às dezenas na sua frente. Incrível).


Comprei um bem vagabundozinho por módicos 5 reais.

Corri pro ponto. Evidentemente, vocês, meus estimados leitores, não sabem, mas eu sou míope. E não, não uso óculos. Lá chegando, me coloquei num lugar estratégico de modo que não deixasse de ver quando meu ônibus estivesse se aproximando: bem perto da asfalto. Estava bem distraída, pensando que tudo podia dar errado, mas eu estava ali, apesar de toda ira celestial e, mais importante, chegaria ao meu compromisso pontualmente. Caótica, mas na hora. Pedi perdão a São Pedro e agradeci a graça alcançada.

Não adiantou nada, uma vez que passados mais ou menos 2 minutos, um motorista de ônibus sem Jesus no coração passou numa poça e jogou lama em mim.

Plutão, você é um fanfarrão.

Coberta de lama e com o cabelo já flertando com o poodle-estaile, não me restava outra alternativa senão voltar pra casa.

Assim seja.


(*Ó, avisinho. Capricornianos, preparem-se. A trolha astral vai no foiote de vocês a partir de novembro. Os astrólogos dirão que vai ser legal porque será uma fase de renovação. Mentira. É puro eufemismo barato pra “iááááááá, se f&$¨%de aí” e são 13 anos de transito de Plutão em casa signo, tá?)

5 ficando fora de si:

Mariano disse...

CAROL...
Você faz tudo de propósito para ter o que postar aqui, só pode!

Tipo eu! HEHEHEHEHEHE!

Carol disse...

Pior que não!

É tudo porque eu sou retardada mesmo!

Jana disse...

kkkkkkkkk mas horospoco nada tem a ver com Deus, tem mais a ver com o Demo mesmo kkkkkkkkkkkkkkkk

beijo

Anônimo disse...

Ahahahahahaha... como boa sagitariana tb estou torcendo pra q esse tal plutão sai logo, mas uma coisa devo admitir: indiretamente, de alguma forma, ele nos brinda com essas suas estórias... hehehe!!!

Anônimo disse...

Desculpa Karo, mas suas "desgraças cotidianas" são um antídoto contra o meu mau humor! Hehehe.