Aí, quer saber a verdade? A verdade é que tô cansada. Exausta.
Quer a notícia boa agora? Dessa vez, NÃO é de mim. É de uma parte da humanidade de uma forma geral. Mais ou menos 97% das pessoas que: ou são loucas, ou se fazem de, ou são bem mesquinhas, pequenas mesmo. Sabe aquele tipo de gente que se regogiza quando acha que te sacaneou? Pois bem, quero que vc se dane. (não você que lê isso, mas você que tentou me sacanear. hehe). Cansei de gente assim. Quero que todas se explodam. Se eu puder assistir de camarote será lindo. Se eu tô sozinha? Não, felizmente conheço bastante gente que está nestes 3% aí.
Cansei de Murphy também, vá lá.
Muitas vezes eu acho que sou grossa, que tenho fogo nas ventas, que atiro meu coice à revelia. Sagitariana com ascendente em áries, penso eu. Hoje, eu tenho certeza de que não sou assim. Não sou só assim, tudo bem. Cara, eu sou uma das raras pessoas que deseja um bom dia ao cara que vende bilhete no trem. Ele fica todo felizinho quando me vê chegando. E eu me orgulho disso. Mesmo. Eu cumprimento todos os porteiros do meu prédio. E eles me adoram. Maaaaaaaas, armo, sim, meu coice quando pedem. E, gente, na boa, eu não sei o que ocorre com as pessoas (ou se eu sou pára-raio de abusados).
Vou contar dois pequenos extratos do que me ocorreu estas duas ultimas semanas. Atentem:
Estou lá, feliz e faceira, num domingão no msn. Entra um sujeito e me manda um
- quero te comer.
OI? Vem cá, não vai me dar nem um (brega) -BOM DIA, FLOR DO DIA? Não? Hmmmm.
Bom, e eu nem fui grossa de cara. Expliquei que agora eu estava a fim de romance, o que, traduzindo, quer dizer: - Filho, não vai rolar porque eu já conheço este roteiro. Na hora até que vai ser legal, mas depois não vai rolar nem um cafuné, eu vou ter que escutar você falando de outras mulheres, vou ter que achar isso tudo muito normal, afinal "somo amigos". Não, obrigada, passo a vez... O fulaninho sentiu-se ofendido. Eu me senti culpada até hoje. Hoje, mando-lhe um sonoro: CAGUEEEEEEEI. E apertei o delete. Menos um a ocupar meu tempo com tranqueira.
Segundo caso.
Tô mais uma vez no msn. Surge um segundo: - E o reveillon, vai fazer o que? vai viajar? Respondo que, a princípio, não, mas que não sabia ainda. Ele lança um: -Não quer vir pra cá dia 30, e vamos para o Rio dia 31? (onde o "cá" é um OU-TRO ES-TA-DO DA FE-DE-RA-ÇÃO).
Bom, não posso dar mais detalhes deste segundo caso, mas digamos que a noção passou longe. O cara sentiu-se ofendido porque eu não disse "noooosa, vou me atirar correndo nos seus braços". Pergunto: por que eu deveria fazer isso? A pergunta é séria: se alguém tiver a resposta, por favor, me ilumine com vossa sapiência.
Minha primeira (e única) hipótese é que as pessoas não querem trabalho. Em todos os sentidos. Mas, alou, brasil, viver é trabalho. Levantar cedo, tomar banho, ir ganhar seu dinheiro, voltar pra casa, resolver seus problemas íntimos (ou, pelo menos, permitir se encontrar com eles de vez em quando). Cara, tudo isso é trabalho. E não adianta fugir, porque se a gente finge que não vê daqui, ele volta MAIOR E COM CARA DE MONSTRO DO ARMÁRIO dali. Mas, não. Vamos tomar um prozac, viagra, um rivotril, um doce. Vamos alugar uma xereca, um piru, uma distração qualquer que nos faça esquecer um pouco do monte de cocô onde estamos nos afundando. Vamos ser felizes full time. De mentirinha, mas vamos. Vamos passar batidos do que nos faz gente.
Não sou assim, ok? Não facilito mais a vida das pessoas. Eu dou trabalho porque eu trabalho em mim pra caceta. Dez anos de análise. DEZ. Talvez um carro que eu poderia ter comprado. Mas, na boa, me saber assim não tem preço. Recomendo análise em vez daquele astra que você estava de olho.
É isso.
(ah, eu sei. é injusto este texto aqui. as pessoas que me leem são sempre muito doces comigo, sempre. mas eu precisava escrever sobre isso. se vc se sentiu ofendido, pode me xingar. :~)
Um ano se passou
Há 13 anos