9.11.08

Banalogias: cadê a arte?

Há um tempo pesquisei a arte contemporânea, mas acabei esquecendo. Bom, o caso é que nas minhas pesquisas preliminares pouco pude articular de qualque coisa que não fosse um "que?". Assim sendo, meu objetivo não é cagar regras sobre arte (contemporânea ou a não contemporânea). Como diria a Si: “eu só queria entender”.

Vamos aos indicados (crianças, as imagens são fortes):

1. Rudolf Schwarzkogler

Um dia ele acordou com uma idéia fixa. Ele achou que seria revolucionário. De fato, foi. Qual a idéia brilhante? Decepar o próprio pênis. Rá.
Ele executou.

Ainda em tempo: a tal obra foi fraude.

Pegadinha do Mallandro! salci fufu!



2. Orlan

Artista francesa que achou a idéia do Schwarzenegger ali de cima fantástica. E não ficou sabendo que era fraude.

Na década de 90, esta senhoura começou uma série de performances que se constituíram em... cirurgias plásticas! E antes que você pense que o corpo plastificado seria a obra, nã nã ni nã nã! A obra é a cirurgia: médicos vestindo Pacco Rabane, gravuras de mulheres, pouca anestesia, no seu corpo eram recortados signos de ícones femininos da História da Arte e Orlan declamando textos. E, evidente, tudo sendo devidamente assistido e transmitido.

Oi, gato. Q tc?


Nem tá doendo... :P


Atualmente, Orlan continua manipulando sua imagem corporal... só que no computador.


3. Gunther von Hagens.

Gunther é (era?) anatomista e trabalhava em técnicas de conservação de cadáveres. Descobriu uma, a tal plastinação, que mantém os corpos com a cor de quando ainda vivos e sem o cheirinho do formol.

Um belo dia, ele estava trabalhando no laboratório e tem o insight: “uau, por que eu não faço poses com estes defuntos e vendo minha idéia para curadores?”.

E, incrível, funcionou. As exposições bombam, há fila de gente querendo doar seus corpos para serem expostos post mortem e já tem gente copiando a idéia.

Meu marido sempre foi exibicionista mesmo.


Eu não sou cachorro, não.


4. Marina Abramovic

Dela só quero destacar uma performance. Uminha.

A dita cuja posta-se num museu: fica sentada, imóvel e com uma mesa na sua frente. Nesta mesa há toda uma variedade de objetos para que o espectador possa manipular o corpo dela. Entre os objetos havia rosas com espinhos, tesouras, facas e uma arma carregada.

A graça toda da performance era que a Abramovic não esboçava nenhuma reação. O sujeito a espetava e nem um aizinho. Nada. Bom, sabe-se lá que tipo de sentimento era evocado ali, mas os espectadores foram perdendo a linha: cortaram sua blusa e deixaram seu seio a mostra, cortaram seu cabelo e claro, puseram a arma na sua cabeça...

Não, não apertaram o gatilho.

Mas precisam se cortar às vezes. É isso?


5. Marc Quinn

Marc Quinn extraiu quatro litros de sangue para fazer uma escultura da sua cabeça.


Anemia? Jamais!


Aí eu fico me perguntando um monte de coisas.

Pensemos: se estes... ééééé... hummmm... artistas (?) têm espaço em museus, galerias, há espectadores. Então, há alguma coisa que perpassa a nossa cultura que permite um sujeito pense em arrancar o próprio pinto e dizer que é arte. Alguma coisa hoje permite que cadáveres sejam expostos, sem que haja uma discussão mais profunda sobre o que é expor gente morta como arte, por exemplo. Não se discute o fato de haver uma fila de gente para expor seu corpo. Gente que não vai ter túmulo, que depois de morta vai ter suas entranhas expostas.

Por que estas pessoas querem o "status" de arte pra este tipo de produção? Rasgar a carne, expor a intimidade nessa literalidade é arte? O que á arte, afinal? Eu, nos meus achismos completamente leigos, creio que seja arte aquilo que é um trabalho de sujeito. É trabalho, um exercício. E não necessariamente bonito, como a Abramovic quis apontar no seu "protesto". Dona Abramovic, a arte não precisa estar colada no que é belo (se bem que isso já é um outro papo), como não precisa ser chocante, bizarra.

Um sujeito pra não arrancar o coração pela goela, escreve uma poesia, faz uma música, escreve um livro, faz um filme, vai dançar, pinta um quadro. Sei lá, tanta coisa pra fazer... Joga até bolinha no sinal. Faz um blog, cacete!!!

Aí vem um lelé da cuca e pede a pra gente dizer oi pro seu pâncreas, em nome de um arte conceitual? Ah, não. Faça-me o favor.

*ah, o nome "Banalogias" é do livro do Francisco Bosco. Achei ótimo e peguei emprestado. Será que ele se importa?

4 ficando fora de si:

Mariano disse...

Gostei muito do texto!
A Favorita tem um exemplo de um 'artista' meio louco!

Qual o nome dela?
Sei que é a Taiza Araujo que interpreta...

Bjo Carol... boa segunda! (existe isso?)

Jana disse...

sabe o que me vem a mente perguntar? isso é arte?

eu fico pasma!

beijo

Fernando disse...

Se esses artistas nos fizeram pensar e discutir arte num blog, já conseguiram alguma coisa.

Mas minha opinião não conta porque eu sou muito parcial!

Ótimo post!

Aleléx disse...

ótimo post! [2]