Ah, a genética (não sei em que número estamos)

Prólogo

- Oi, seu Carlinhos! Você sabe se a pessoa que tá anunciando este computador vende só o monitor?

- Ih, minha filha... Não sei. Mas aqui, toma o telefone. É melhor você falar diretamente com ele...

- Obrigada, seu Carlinhos! Bom dia pro senhor! Tchau!

Meti o papel dentro da minha bolsa e fui pra casa.

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Estamos eu e Nanda aqui no quarto: eu, no computador e ela, brincando de mulherzinha, mexendo nos meus sapatos, bolsas, na minha agenda. Essas coisas de menina brincar de gente grande.

- Dinda, quem é esta pessoa com quem você ta brigando?

- Nanda, eu não to brigando. Eu só deletei ele do meu orkut porque eu não quero que ele saiba da minha vida.

- Huuuummmm... E quem é ele?

- É o Fulano...

- Huuuuuuuuummmm... sei. E vocês não eram "melhores amigos"?

- MELHORES AMIGOS? HAHAHAHAHAHAHA. De onde você tirou isso, Nanda?

- Ué... vocês saíam, conversavam... melhores amigos... hehehe

- Não, Nanda. Ele não era meu melhor amigo.

- E agora? Ele é o que?

- Nada. 

- Nem amigo?

- Nem colega.

- Sei... Agora seu "melhor amigo" é o... FABIANO... né?

- QUEM?

- O Fabiano, ué... 

- E QUEM É FABIANO?

E ela me lance um olhar de cigana oblíqua e dissimulada, pega o papelzinho com os telefones  do cara que estava vendendo o computador e que estava na minha bolsa e ri, toda cínica.

Esta menina só tem 8 anos. Estou oficialmente preocupada.